quinta-feira, 2 de agosto de 2012

VÍDEO MOSTRA RELATOS DA MORTE DE UMA MULHER NA PORTA DE UM HOSPITAL DE CAMACAN

Nesta quinta-feira, dia 2, a cidade de Camacan se viu às voltas de mais uma manchete negativa sobre os serviços públicos oferecidos aos seus munícipes. A situação é mostrada por um vídeo onde a acompanhante da paciente falecida faz um desabafo dizendo ser vítima de omissão de socorro.De acordo com relatos das duas senhoras que aparecem no vídeo e que acompanhavam a mulher denominada Gilvane Ferreira de 56 anos, ela morreu na porta da Fundação Hospitalar de Camacan sem ser atendida, após percorrer os três hospitais da cidade, sendo que começou pela Fundação e que apenas neste havia médico naquele horário.

De posse das imagens, o Miolo Baiano procurou ouvir a versão do Dr. Aníbal de Holanda Cavalcante, Diretor e Presidente da Fundação Hospitalar de Camacan e teve como explicação a informação de que neste horário em que a paciente foi levada ao hospital, a Dra. Cristina, única médica plantonista do hospital, estava realizando um parto e portanto não pode atender a paciente em discussão.
Segundo Dr. Aníbal, logo que chegou a portaria da unidade, o motorista foi orientado a levar a paciente para um dos outros dois hospitais da cidade, visto que a médica não podia interromper o parto que estava fazendo e assim foi feito. Mas eles retornaram à Fundação por não haver nenhum médico nas outras duas unidades e a vítima veio a óbito ainda dentro da ambulância.

“Na verdade ela não foi atendida em nenhum hospital” afirma o diretor. Mas ele também amenizou a responsabilidade do hospital que dirige, com a informação de que assim como a Fundação Hospitalar, os hospitais AMEC e Santo Antonio, também privados e conveniados ao SUS, tem por obrigação manter ao menos um médico plantonista 24 horas. O que não aconteceu na situação.
Ainda de acordo com o médico, dos três hospitais da cidade, o mais credenciado para atender Emergência, Urgência e Ambulatório é o Hospital Santo Antonio; a Fundação é melhor credenciada para internação.

Após saber da divulgação do vídeo, o Dr., também soube por terceiros, que as mulheres que acompanharam a situação de morte, procuraram o Ministério Público, mas o MP não acatou a reclamação e até o fechamento desta matéria, ele não havia recebido por escrito nenhum comunicado emitido oficialmente pelo MP para prestar nenhum tipo de informação.

Perguntado pelo Miolo Baiano se a médica plantonista estava mesmo na sala de parto no momento, o blogueiro ouviu do médico que não havia ainda falado com a Dra. Cristina após o incidente, mas que acreditava que sim, pois ele não queria acreditar que houvesse algum tipo de mentira da sua colega de profissão, até mesmo porque lhe prejudicaria e, que na manhã seguinte (sexta-feira) ele mesmo iria conferir os registros do hospital.


CONFIRA OS RELATOS NO VÍDEO.


Papo de Blogueiro:
O vídeo mostrado pelos sites da Bahia, mostra o resultado de um dos fatos que deixa o cidadão estarrecido.
A ausência ou quem sabe, o descaso de alguns profissionais de saúde no município, como foi relatado pelo blog no mês de julho já foi um duro golpe na constatação do abuso e da irresponsabilidade de quem deveria estar no local de trabalho, atuando nele. Mas, os relatos mostrado no vídeo abaixo, ainda é de provocar repulsa em qualquer um de nós que pagamos tantos impostos e votamos em pessoas que se apresentam para melhor gerenciar os serviços públicos da cidade. É repugnante ver que após 50 anos de emancipação (administração) e com três hospitais, nossa cidade ainda se depare com uma situação dessas. Dignas de ser inserida nas piores manchetes jornalísticas que assolam o nome de nossa tão amada terra. Acorda povo! Faça valer seus direitos. Respondam a altura das injúrias que sua gente sofre. Porque se não fizerem algo pra mudar, o próximo acontecimento pode vitimar algum dos seus.

Nota: Até as 19 horas desta quinta-feira, o blogueiro não conseguiu falar com a Dra. Cristina para ouvir sua explicação. O Blog do Miolo Baiano está à disposição da instituição para maiores esclarecimentos se assim acharem necessário.

3 comentários:

Iza Santos disse...

Sou moradora de Camacã há exatos 42 anos. Sou da época que não tínhamos "hospitais" aqui, o único local para atendimento médico era a Clinica Servir. Camacã foi agraciada com três hospitais e sei o quanto é complicado ser atendida e encontrar médico para atendimento isso qdo eles não estão indispostos, ocupados ou fora dos locais de trabalho. Certa feita, eu então, grávida de 5 meses e com uma crise de vesicula (cálculos), quem tem ou já teve sabe o qto dói. Fui ao hospital Santo Antônio, de madrugada, pois doença não tem horário, e recebi a informação que o médico estava indisposto e q não iria me atender que eu deveria procurar outro hospital. Outra feita, meu pai de 84 anos com uma crise hipertensiva, quase infartando, fui tbm informada q deveria procurar outro hospital, pois a médica estava encerrando o plantão... briguei, pedi, conversei, até q consegui atendimento. Fora outros casos de crianças q são mortas na hora do parto, de mães que têm a bexiga cortada na hora do parto... Essa senhora que morreu na porta do hospital é reflexo do descaso da saúde em nosso municipios, em que existem fichas limitadas, e as pessoas necessitam acordar de madrugada se quiserem atendimento. Gente, educação, saúde, saneamento básico são ferramentas para melhorar a qualidade de vida das pessoas... sem isso o que somos? Morremos nas portas dos hospitais.

Thon Gobira disse...

Vemos um fato repugnante que infelizmente aconteceu em Camacan, o que torna fatos como esses mais estrondosos é que ha poucos meses se veiculou a noticia que nossa cidade haveria ganhado conceito maximo em saúde basica se não me engano e vemos que existem dados que não batem com realidade, até aondr sei se existisse tal excelência em saúde basica consequentemente existiria uma otima saúde preventiva podendo evitar tragedias como essa. Finalizando nos restar analisar bem nossos candidatos a prefeitos e vereadores, incluindo uma analise bem critica na nossa historia politica de municipio que ja foi muito rico e tem potencial de crescer porém pelo descaso dos nossos governantes não rendeu um hospital totalmente publico e de qualidade.

Anônimo disse...

Moro em Camacan a uns 15 anos, já morei em Ilheus e Porto Seguro, e as coisas por lá são bem piores, sei que isso é mais do que lastimável, só que a coisa tá feia em todo país, basta vermos os noticiários e lá estão péssoas merrendo em filas de atendimentos e doentes tratados em corredores e até mesmo esperando do lado de fora dos hospitais.