Segundo o vice-presidente e coordenador político do GGB, Marcelo Cerqueira, embora a postura das polícias Civil e Militar “tenha mudado sensivelmente” nos últimos anos, ainda está longe o dia em que a maior parte dos casos de crimes homofóbicos estarão solucionados. Cerqueira considera que a dificuldade em solucionar os casos de crimes homofóbicos está intimamente ligada à questão da clandestinidade.
"É a homofobia (aversão à orientação sexual das vítimas), seja ela interna, quando parte dos próprios homossexuais, ou externa, da sociedade, que empurra a homossexualidade para uma situação cada vez mais clandestina.
Os crimes acontecem, assim, escondidos. O acesso do criminoso à residência da vítima, o contato prévio dos dois, tudo é cercado de segredo. Há casos até em que a pessoa faz com que o parceiro passe escondido das câmeras de segurança do prédio, para evitar se sentir constrangido", conta.
Para Joselito Bispo, delegado-geral da Polícia Civil baiana, nas investigações a polícia tenta estabelecer um rol de suspeitos com os quais a vítima se relacionava, mas nem sempre a tarefa é fácil: “Algumas delas têm um cabedal de relações muito grande, com mais de 300 pessoas. Como é um crime que geralmente acontece entre quatro paredes, temos dificuldades e precisamos ter cuidado para não cometer injustiças”. Bispo considera que, diante de muitas mudanças de parceiros das vítimas, as pessoas deixam de notar quando alguém diferente chega às residências.
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