terça-feira, 28 de setembro de 2010

HOMOFOBIA JÁ CAUSOU 14 MORTES NA BAHIA EM 2010

Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2009 foram 25 casos de homossexuais assassinados na Bahia e, este ano, até agosto, foram 14 mortes. Segundo os números, a Bahia é o Estado em que mais morrem homossexuais por causas violentas. O Brasil, por sua vez, é líder no ranking mundial: em 2009, 199 pessoas foram assassinadas, enquanto, este ano, 138 mortes foram registradas.

Segundo o vice-presidente e coordenador político do GGB, Marcelo Cerqueira, embora a postura das polícias Civil e Militar “tenha mudado sensivelmente” nos últimos anos, ainda está longe o dia em que a maior parte dos casos de crimes homofóbicos estarão solucionados. Cerqueira considera que a dificuldade em solucionar os casos de crimes homofóbicos está intimamente ligada à questão da clandestinidade.

"É a homofobia (aversão à orientação sexual das vítimas), seja ela interna, quando parte dos próprios homossexuais, ou externa, da sociedade, que empurra a homossexualidade para uma situação cada vez mais clandestina.

Os crimes acontecem, assim, escondidos. O acesso do criminoso à residência da vítima, o contato prévio dos dois, tudo é cercado de segredo. Há casos até em que a pessoa faz com que o parceiro passe escondido das câmeras de segurança do prédio, para evitar se sentir constrangido", conta.

Para Joselito Bispo, delegado-geral da Polícia Civil baiana, nas investigações a polícia tenta estabelecer um rol de suspeitos com os quais a vítima se relacionava, mas nem sempre a tarefa é fácil: “Algumas delas têm um cabedal de relações muito grande, com mais de 300 pessoas. Como é um crime que geralmente acontece entre quatro paredes, temos dificuldades e precisamos ter cuidado para não cometer injustiças”. Bispo considera que, diante de muitas mudanças de parceiros das vítimas, as pessoas deixam de notar quando alguém diferente chega às residências.

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