segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ALEGRIAS DE SER PAI

Todo pai de primeira viagem descobre rapidamente o quanto seu novo papel é delicioso e desafiante. Delicioso porque voltamos ao mundo da fantasia e sonhamos com mais intensidade, ao mesmo tempo nos tornamos menos vulneráveis às provocações externas. Desafiante porque, com nossas experiências de filho, somos impelidos a superar nossos pais. Somos chamados a transcender nossos limites. É aí, talvez, que reside o motivo maior da paternidade.


Na minha intimidade, fiquei menos comemorativo e um pouco irritado, desde que perdi minha mãe (isso já fazem 18 anos) e sempre quis demonstrar que as datas comemorativas, como o natal, dia das crianças, dia das mães, e outras. Entretanto, às portas dos meus 40 anos, algo começou a mudar. Num momento em que já não alimentava qualquer aspiração à paternidade, ela me apanhou e me virou pelo avesso. Foi então que percebi o quanto ser pai é um exercício constante de generosidade, abdicação, tolerância, paciência. É, também, viver em estado permanente de transformação interior.


Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro de minha filha, mas é também lhe oferecer o conforto necessário dos nossos braços para que volte a dormir. É saber que a filha vai requerer para si todo o tempo que sua mãe tiver, e mesmo assim seremos completamente loucos por ela. Ser pai é trocar fraldas, limpar cocô, perder noites de sono. É chegar exausto ao final do dia e mesmo assim encontrar mais um pouquinho de energia para dedicar-se a filha. Mas também é se emocionar com um sorriso, com os primeiros passos, primeiras palavras. Ser pai é comemorar o dentinho que está nascendo e ficar parecendo um tolo quando se ouve o primeiro… papai.


Devido aos apelos midiáticos e publicitários que infestam nosso cotidiano, poderia continuar aceitando que o Dia dos Pais é apenas mais uma data meramente ilustrativa, comercial, cujo ápice supostamente ocorre na oferta dos tradicionais presentes. Mas isso pode ser visto de outra forma.


Recorrendo ao dicionário, encontrei o adjetivo “paterno” como significante de algo que “lembra o amor de pai”. Convenci-me, então, que a maior gratificação de um pai no Dia dos Pais não é receber um presente ou ter reservado no calendário um dia para ser lembrado mais efusivamente. No Dia dos pais a maior gratificação de um pai é poder oferecer a seu filho mais um pouco de amor e carinho.



*Texto de Gustavo Felicíssimo.
ESCRITOR E EDITOR do blog Sopa de Poesia:
www.sopadepoesia.blogspot.com.

2 comentários:

Walkyria disse...

Dodo,
Parabéns pela paternidade, é muito lindo ver o seu grande carinho e amor pela Lorena.
Que nesta nova fase você faça inumeras descobertas.
Feliz dia dos Pais.
Beijo,
Wal

Anônimo disse...

mao te conheço mas achei linda essa reportagem, e esta sua foto com sua filha, PARABENS