Outro dia numa visita aos amigos da comunidade onde morei por bons anos em São Paulo, fui abordado por um casal e algumas senhoras dona de casa que ali residem para me questionarem quanto aos resultados que eu e um grupo de amigos tivemos num processo de troca e parceria feita há alguns anos atrás quando tínhamos em mente um compromisso social de revitalizar aquela pequena comunidade habitada quase na sua totalidade por conterrâneos e co-irmãos nordestinos.
Como acontece com cada um de nós, as vezes somos pego de surpresa e a gente até perde o chamado “rebolado” como dito no popular.
Naquele momento, não sabia ao certo se aquelas pessoas queriam partilhar dos resultados obtidos com os projetos desse grupo de amigos ou se queriam apenas contestar, como faz todo mundo que de graça recebe algum beneficio.
Enfim, respondi a todas as perguntas com a certeza e a transparência que deveria, posto que era da realidade do local de onde eu também vivi e ajudei a conquistar melhoria que estava me referindo.
Para meu espanto, o mais difícil não fora a curiosidade dos moradores “alheios” ás nossas ações desenvolvidas que me surpreendeu, foi a atitude sínica de algumas dessas pessoas que muito pouco ou quase nada participou desse processo de transformação da Comunidade em pregar que os “Amigos” que em tantos anos voluntariamente se empenharam em conquistar recursos para aplicar na melhoria local, naquele momento eram alvo de desconfiança de pessoas que moram e obtiveram bons resultados dessa melhoria e nunca fizeram questão de olhar a prestação de contas que sempre foi feita de forma pública no bairro.
Caro leitor ou leitora, não relato aqui nenhum fato que a televisão mostrou e virou manchete do Jornal Nacional, mas esta é também uma importante VISÃO de que, ainda que ordeira e para o bem comum, toda ação deve ser cobrada ou no mínimo tenha sua recompensa, pois nos parece aqui, que só tem valor aquilo a que todos pagam com o suor de seu trabalho.